Como Lidar Com o Amor na Adolescência

É difícil aceitar que os nossos filhos crescem. No fundo a gente sempre vai achar que eles são nossos “bebês”, mas nada como a chegada da adolescência para jogar aquele balde de água fria na gente. De repente surge na sua casa aquele ser intolerante, cheio de vontades e atitude independente. Questiona, critica, responde, vira quase o “dono do mundo”. Sentem vergonha dos pais, não aceitam as regras e querem tudo do jeito deles, do contrário, é revolta na certa!  Essas características comuns dos adolescentes e das quais tantos pais reclamam não são únicas. Quem vê de fora pensa que é fácil mas basta a gente puxar pela memória e lembrar que mudar tanto em tão pouco tempo não é tão simples assim. Além de toda a mudança dentro e fora do corpo, um dos grandes marcos da adolescência é o começo da atração pelo outro, o início da vida amorosa e também da vida sexual. São sentimentos muito fortes, que não só geram um monte de dúvidas, como também impactam diretamente no bem estar, no foco e na rotina do adolescente.  Se para eles não é fácil, é claro que para nós pais também não. É uma mistura de choque, ciúmes, preocupação e ao mesmo tempo a gente não quer se sentir antiquado. 

   Muitos pais não tem uma relação superaberta com os filhos, por isso falar de amor e sexualidade são assuntos de extrema intimidade e que acabam sendo mais difíceis de compartilhar. Por outro lado, essa distância, essa certa perda do controle, podem trazer muita angústia para os pais. Mas é bom estarmos preparados pois eles estão se apaixonando cada vez mais cedo e demoram a compreender esse sentimento.  Listamos algumas dicas de como lidar com esse momento e com agir com os seus filhos:

  RESPEITE A GERAÇÃO

Antes de iniciar qualquer conversa com o seu filho, você deve ter em mente que os tempos são outros. As suas referências de relacionamento, de amor e sexualidade provavelmente serão muito diferente das dele. Transmitir os seus valores é importante, mas é preciso cuidado para não julgar ou querer impor regras antes de ouví-lo e tentar entender o universo em que ele vive.

  
OUÇA COM ATENÇÃO

Não basta ser só um bom ouvido. Preste atenção e dê importância para o que o seu filho tem a dizer. Fazer piadinhas, menosprezar os sentimentos ou achar que é passageiro só vai fazer seu filho perder a vontade de se abrir com você. Pare para ouvir, olhe nos olhos, mostre que realmente se importa.

  
RESPEITE A PRIVACIDADE

Não fuce em diários, telefones e mesmo em redes sociais para tentar saber dos segredos do seu filho. Muitos pais usam o argumento de que essa “invasão” é uma forma de cuidado. Mas a verdade é que isso pode gerar uma quebra enorme de confiança entre vocês, o que pode criar de vez um distanciamento. E digo por experiência própria: é muito invasivo, revoltante e agride demais ter a nossa intimidade violada e exposta. Em vez de fazer isso, demonstre desde cedo a sua abertura ao diálogo e se mostre confiável para que essa troca ocorra naturalmente.

  NÃO QUEIRA SABER TUDO

Ninguém compartilha tudo com todo mundo. Existem muitos tipos de segredos e você deve aceitar que o seu filho nem sempre vai querer te contar tudo. É normal eles elegerem outros ouvintes, como os melhores amigos. Não queira cumprir todos os papéis.

  
CONTROLE O CIÚMES

Quando o filho percebe que algo que é importante para ele é aversivo para os pais, ele acaba desenvolvendo culpa, medo, ansiedade e uma série de outros comportamentos para evitar a punição que possa acontecer. Orientar é diferente de ameaçar. Fazer seu filho refletir é diferente de oprimir. E repressão, na maioria das vezes, gera mais curiosidade e mais vontade de fazer. Habilidade com o tom e as palavras nessas horas é fundamental.

  
NÃO DÊ SERMÃO

Você não precisa sair jogando um monte de informações de uma vez. Aproveite os momentos de convivência diária para abordar temas diferentes. Na hora do jantar, no carro indo para a escola, na sala vendo TV. Nada como uma conversa sincera e natural para estreitar os laços e deixar o campo aberto para a troca de informações. Além desse clima favorecer o diálogo, falar aos poucos é muito melhor para que o seu filho absorva seus conselhos.

  
FAÇA O QUE FALA

Mais do que falar sobre proteção sexual, é papel dos pais também falar sobre posturas sociais e respeito ao próximo. Mas como sabemos, os filhos aprendem pelo exemplo e não pelo discurso. Não adianta educar e ensinar respeito se você e seu marido brigam na frente do seu filho. Não adianta falar que o amor é bom, que relacionamentos podem ser felizes, se você fala mal do pai para ele ou reclama o tempo todo do seu casamento. A referência dos pais é muito forte e pode ser base para como o seu filho vai encarar a vida amorosa e sexual lá na frente. Por isso pratique o que você fala!
Mais do que se atentar a tudo isso, pense o quanto essa fase pode ser positiva para o seu filho. Eleva a auto-estima, é uma forma de seu filho se sentir valorizado e pode até motivá-lo a se cuidar e a prestar atenção em si mesmo. As desilusões vão acontecer, mas lembre-se que elas também farão seu filho amadurecer e aprender. Esteja ao lado dele para orientar mas também para confortar e aconselhar. O seu amor sempre vai ser único e muito necessário para ele, mesmo que ele não demonstre!

Beijos!

Paty

Compartilhe:
FacebookGoogle+WhatsAppEvernoteTwitterEmail

O que você achou do post? Dê sua opinião aqui embaixo: